terça-feira, 13 de agosto de 2019

SÉCULO SEM SONHO

Espero o meio de maio pelo começo do ano
assim como espero os vinte pela minha vida.
Existem tantos ônibus, tantas vias;
como posso viver sem saber
todos os caminhos que percorrem minha cidade?
Tantos jornais, tantos sábados,
tanto desemprego;
como não conhecer a face do desespero?

Estou cansada de saber como as coisas são.
Será isso
o máximo que foi concedido
ao ser humano?
- Isso não vale a pena, eu dizia,
pensando qual era a pena
a ser sofrida
se fomos condenados à liberdade
em vida.

O Melhor Momento da História:
não adianta voltar em nostalgia,
nunca estará tão próxima a utopia
   (a imagem se distorce
   quando muito próxima do espelho
   - preciso encará-la
   com o pessimismo necessário).
Encaro-me, presa na boca do leão,
e tudo o que produzo é fruto dessa solidão
da escuridão antes de dormir -
me lembro de morrer
e chegar na conclusão
de que não é possível
que seja só isso

                         "não haverá mais acontecimentos;
                           seremos plenamente felizes"

cheiro revolução ao alcance das mãos
e não vou
                 somente vamos
porque há algo que não isso
                         que quero e não sou eu
                               (você)

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