quarta-feira, 25 de abril de 2018

NOITE FORA DE CASA

Uma pedra pousa no meu peito.
Repito:
sou a consequência de coisas não ditas.
A cada palavra lida 
eu sinto a urgência na ponta dos dedos:
toco nela
e em todo o resto.
“Ai!”, exclama, solta o texto,
como se os instantes fossem oxigênio
e ela queimasse nessa ciranda,
“você escreveu a gente junto”.
A melhor parte do dia
foi quando ele acabou:
me cubro na cama - o pé de fora,
relo em moléculas - posso fechar os olhos.
Lá está: você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário