sexta-feira, 23 de setembro de 2016

APÁTICO

Quando me perguntam como me sinto
eu me sinto limitada
porque a pele que rodeia meu limbo
não tem a metragem que eu queria que tivesse.
Quando me forçam a sentir o que sinto
me sinto arrombada
pelas milhares de ondas ágeis
que derrubam tudo
que venho construindo
com tijolos tão
frágeis
eram os olhos de criança
que olhavam pro futuro
com alguma esperança.
Frágeis sempre foram as esperanças,
forte só é o cansaço
proveniente
de todas vezes
que minha cara foi quebrada
para os ossos não quebrarem.
Forte é a impossibilidade
e ando me impossibilitando de tudo
porque possibilidade não é calculada,
metrificada,
quantificada,
qualificada
para cumprir meus anseios.
A indiferença é o meio
de produção de um colapso.
Quem primeiro colapsa é o quarto
que vira uma bagunça
e reflete como um espelho
tudo o que ocorre no fecho
da íris dos olhos sem cor.

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